sexta-feira, 27 de maio de 2016

Sobre fazer amor

 Leia e ouça: You and I

     Roupas espalhadas pelo chão da sala, corpos nus que se encaram frente a um espelho de amor. Corpos que quando se encontram suspiram ávidos pela forma de amor mais intensa. Fazer amor com alguém é deixar que os  corações se encontrem, é fazer carinho na alma um do outro.
   Fazer amor é muito mais do que apenas desejo. É entregar-se intimamente e gozar também com o coração. Tornar-se um, e esperar que o tempo não acabe mesmo sabendo que o prazer se esgota em alguns minutos. Despir-se das roupas, dos pudores e dos medos e entregar corpo e alma àquele momento de puro instinto da raça humana, que ao mesmo tempo em que nos faz sãos também nos leva à loucura.

   Largar a cama ainda quente pra preparar um café, tomar um vinho ou um banho ainda é fazer amor. Porque fazê-lo não acaba no auge do prazer. O amor é feito todos os dias, com gestos simples que nos fazem sentir acolhidos por outro alguém.  

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Deixa eu me apresentar de novo?

 Leia e ouça: Like I'm Gonna Lose You             
 Por Aline Sousa

   Lembro das primeiras palavras que trocamos, de te perguntar se você era simpático assim com todo mundo ou se foi o meu charme, e mesmo desconfiada da resposta, preferi acreditar que era um encontro especial e talvez premeditado pelo universo.
     Lembro da primeira vez que chorei por você, logo após um longo mês sem te ver, te vi realmente, com seus defeitos que até então não haviam passado pelos meus olhos.
     Mas também me recordo do dia em eu estava meio "blé" e após dois  (nem tão longos meses, eu confesso) pude sentir aquele abraço de novo, e no meio dele me perdi.
   Nossa história daria um livro, que talvez nem fosse de romance, mas mesmo assim encantaria como tal.  Renderia CD's para um músico e faria qualquer matemático se confundir ao equacionar nosso amor, e por isso escrevo textos simples, mantendo sempre por perto esse sentimento que as vezes é sentido de longe.
    São quase cinco (gigantescos porém acelerados) meses, e tanta coisa mudou, guri. Não posso dizer que me arrependi dos erros ou das despedidas, mas se me permitir, posso me apresentar novamente?
   Eu aprendi que ninguém pode obrigar o outro a ficar, que as paranoias são em vão quando decidimos nos juntar, que ciúmes é tempero e tempero demais enjoa o paladar, que drama é bom no cinema, mas na vida real as pessoas querem praticidade e palavras cheias, que amar e depender são tão iguais quanto sal e açúcar (parecidos por fora, mas se confundidos, estragam a receita inteira), que ter certeza de tudo nem sempre é um bom sinal, que olhar só para o futuro faz com que não aproveitemos o presente (mas ainda sou sua menina do planejamento, viu?) e acima de tudo, olhei dentro de mim e percebi que amor saudável é amor que transborda, porque já sou completa sozinha.
  Mas aquiete esse coração, meu menino, ainda tenho aquele sorriso largo quando estou do seu lado, ainda ouço aquela música que te faz lembrar de mim, não esqueci seu cheiro ou sua risada alta, de domingo a noite sinto falta de você e da nossa pizza, e uma semana atrás eu dormi com a camisa que você deixou comigo. Verdade seja dita, ainda sou sua grudinha, mas que finalmente, aprendeu a se virar sozinha.