segunda-feira, 16 de novembro de 2015

É preciso tocar o chão

       Leia e ouça: Dream
    Se me perguntassem o que mais gosto em mim, eu diria sem medo: Minha capacidade de sonhar. É engraçado, eu sei. Um pouco excêntrico, talvez. Mas eu gosto. Gosto de imaginar como minha vida vai ser daqui pra frente, gosto de fazer planos, traçar metas, fazer listas...
   Sonho antes mesmo de dormir, e pra mim, são os sonhos que nos movem. Lembro-me de ouvir gente dizendo o quanto isso era bonito, enquanto outros me diziam o quanto isso poderia ser trágico – e algumas vezes foram. Eu nunca liguei.
   Relembro sorrindo o que um dia ouvi o amor dizer: “ – Não quero colocar os pés no chão.” Foi como música para os ouvidos e pra alma da menina que fui, era como se o sonho fosse acabar se descesse da cama, se o gelado do piso invadisse o corpo, se deixássemos o que vivemos ali, embaixo dos lençóis.
   Hoje eu sei que nada ficou ali. Nem aquele amor, nem todos os outros que vieram. Hoje, meio crescida, continuo sonhando. E carrego em mim uma coleção de nuvens, cheias de desejo, uma série de estrelas cadentes capazes de alcançar o céu em um breve piscar de olhos.
   Sei que é preciso tocar o chão. E que os sonhos ainda continuam depois de saltar da cama. Mais importante do que tudo isso, aprendi que os sonhos se realizam, e a gente só vive coisas especiais se quiser. Crescer e abandonar o travesseiro não tem nada a ver com deixar os sonhos pra lá.
    É preciso colocar os pés no chão para viver, é preciso sonhar para realizar.

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