segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Todo grande amor

  Leia e ouça: Chaos of the Unconscious

  Todo grande amor se acha sério, se acha diferente, ameaça à saúde. Todo grande amor tem um quê acolhedor, misterioso. Todo grande amor é um pouco doentio, quiçá até fatal; todo grande amor é meio besta, meio maluco. Todo grande amor é Cazuza, exagerado. Todo grande amor é feito de imaginação, perdição, é impensado. 
  Todo grande amor é único, arrasador. Todo grande amor têm amassos, abraços e  noites mal dormidas, mas bem acompanhadas. Todo grande amor é gato e rato, afetos e desafetos. Todo grande amor é egoísta, mas é amor, baby. Todo grande amor é livre pra ser ainda maior. Todo grande amor tem malícia. Todo grande amor não tem medo de sofrer, todo grande amor é uma cilada.
     
  Todo grande amor é míope, é cúmplice. Todo grande amor tem super poderes, é herói e também vilão. Todo grande amor é amizade; todo grande amor é oceano, de lágrimas e de sonhos. Todo grande amor se faz de poeta, todo grande amor se torna fantasia. Todo grande amor se transforma em cara-metade e tampa da panela.
 
  Todo grande amor é tempestade, todo grande amor é caos, todo grande amor é natural. Todo grande amor grita, berra na multidão; todo grande amor é silêncio e suspiro entre dois. Todo grande amor é um pouco secreto. Todo grande amor carrega terceiras e quartas intenções.Todo grande amor é metade bossa, metade rock'n' roll. Todo grande amor é divino. Qualquer grande amor dá ressaca; todo grande amor queima, todo grande amor é vício.

  Todo grande amor é picolé em Copacabana, ou fondue na Serra. É verão de céu azul, sombra e água fresca; é primavera de flores na janela, as quatro estações num só coração. Todo grande amor dá medo, provoca insônia, enlouquece. Todo grande amor é eterno, se não é, não era amor.

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